domingo, 25 de maio de 2008

This Little Light Of Mine

Medley Negro Spirituals - Classic Arrangement

INTELIGENCIA, E LINGUAGEM MUSICAL

Inteligência, linguagem, e Linguagem Musical . A música africana na evolução da música ocidental . Do que não se pode falar, deve-se calar" Tractatus Logico-Philosophicus Wittgenstein, filósofo da linguagem. A escrita permitiu que tivéssemos contato com Aristóteles, Platão, Sócrates (pelas narrativas de Platão), Heródoto, Sófocles ... a Escrita Musical nos permitiu o contato com Monteverdi, Mozart,Beethoven, Haydn, Brahms , Dvorack, Com Nnegro Spirituals atraves de Burleigh, Rosamond Johnson, Lawrence Brown Roland Hayes ... que nos permitem uma incursão pelos tesouros produzidos pela humanidade. Não sabemos ao certo quando apareceu a linguagem, mas estudos antropológicos nos permitem indagações a partir da evolução do homem.Por que o homo erectus e o Neanderthal se extinguiram, dando lugar a supremacia do Homo sapiens? A hipótese mais aceita pelos cientistas é de que foi através de guerras. Dados Cientificamente comprovados indicam que o Homem de Neanderthal possuía um volume craniano de 1450 cm3 enquanto um Homo sapiens um volume de 1300 cm3, sendo possivelmente o Homem de Neanderthal mais inteligente. Sendo assim o que levou sua extinção pelo homo sapiens? A mesma ciência nos diz que o tamanho do cérebro não quer dizer necessariamente uma maior inteligência grupal. É Possível que o Homem de Neanderthal tenha tido uma maior inteligência individual, porém estudos sobre a sua mandíbula demonstraram que sua língua não tinha grande mobilidade, como a do homo sapiens. Daí cria-se a hipótese que o Neanderthal não tinha uma comunicação sofisticada entre os indivíduos. Ou seja ele pensava, mas tinha grande dificuldade de transmitir seus pensamentos aos outros de sua espécie. Isso dificultava a organização militar e a evolução cultural. Com o passar do tempo o Homo sapiens apesar de mais fraco fisicamente mas, com uma linguagem mais sofisticada, ultrapassou-o na organização de grupos, na criação de armas e na arte de guerrear. Com isso o Neanderthal foi perdendo guerras até ser extinto. O antropólogo Richard Leakey e seus pais Louis e Mary Leakey também antropólogos, trabalharam por muitos anos nas planícies aluviais da África, atrás dos primeiros vestígios humanos, escreveu no livro Origens, que "a linguagem falada é, provavelmente, o último passo e, com toda a certeza, o mais importante, na evolução do cérebro humano". A Antropologia nos diz que a linguagem, a fabricação de ferramentas e a organização social integram um complexo evolutivo que deve ter moldado as formas especiais ao cérebro humano. Uma das razões para se pensar assim, na interpretação de Leakey, é que "a capacidade de comunicar-se verbalmente eleva as possibilidades de educação infantil a novos e férteis níveis, e é incomparável como veículo para o desenvolvimento e transmissão da cultura". Ainda que a linguagem seja um elemento essencial na evolução do homem, e certamente a conseqüência do pensar, por sua natureza exclusivamente simbólica, está ausente dos registros paleontológicos e arqueológicos e nem se permite que dela se obtenha um registro fossilizado. Ao menos até 5 mil anos, quando, no que hoje é território do Iraque, agricultores bem sucedidos inventaram a escrita, esta codificação em barro da linguagem oral, separou a história da pré-história. Sem a linguagem, a sua sustentação simbólica escrita não teria razão de existir. E não só a escrita, certamente não teríamos como conservar nem mesmo o primeiro fogo que um homem desconhecido, numa data ignorada, roubou de um incêndio natural. A natureza da linguagem, não permite que se obtenha dela um registro fossilizado mas, ela dominou a cena neste longo, e muitas vezes desconhecido caminho percorrido pelo Homem. A música africana na evolução da música ocidental Como as primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios, talvez nunca saibamos de fato como foi o seu desenvolvimento a milhares de anos atrás, mas é possível que a música tenha surgido como meio para coordenar e sincronizar os movimentos humanos, como por exemplo caçar ou cultivar. Até mesmo hoje, é natural usar uma canção rítmica para acompanhar as atividades de um grupo de pessoas, seja no caminhar, marchar ou no transporte de objetos pesados. Presumivelmente, grandes cantores tenham tido importante status social tal qual os shamãs ou os grandes caçadores. Posteriormente é possível que neste cenário tenha surgido não apenas os instrumentos de percussão mas, outros tipos de instrumentos para acompanhar o canto. Em algum momento da historia foi criada a "música solo" para se admirar e apreciar os melhores cantores e instrumentistas. É possível, que essas performances inicialmente fossem destinadas principalmente à aristocracia e fosse puramente musical. Com o desenrolar da historia houve a fusão da música e da poesia usada para entreter a aristocracia (e mais tarde o povo) com histórias que elas estavam familiarizadas. Durante a Idade Clássica no teatro grego, estas histórias se tornaram mais abstratas e metafóricas, e a música se tornou menos direta. Com o advento do Cristianismo a musica ganhou novo propósito , o de cantar louvores a Deus e o de conclamar para a oração. A música, basicamente, se tornou um veículo de mensagem não só de uma história, mas sim de um sistema ideológico inteiro . Em algum ponto da historia pessoas comuns começaram a criar canções para seu próprio consumo ou "Folksongs". Estas canções não eram sobre heróis ou Deuses, mas sobre as alegrias e tristezas do dia a dia da vida rural. A música para a aristocracia ficou mais sofisticada, seja porque pudessem comprar os melhores instrumentos do mercado, seja porque pudessem contratar os melhores cantores e instrumentistas do reino. E esta musica veio a ser chamada de "música clássica". Com a invenção da polifonia, reduziu-se grandemente a ênfase do ritmo que veio ser considerado como bastante primitivo e elemento de plebeus. Pelo contrário, a música folclórica confiou pesadamente no ritmo usado para cantar e dançar. De certo modo,o ritmo se tornou principal fator de discriminação entre o clássico e a música folclórica. Esta era a situação da música européia (clássica e popular") quando da chegada à América. Neste caldeirão que existia na América, os europeus foram forçados pela primeira vez a admitir que havia muitos tipos diferentes de música folclórica. Enquanto o instinto racial era o de separar, os europeus ocidentais (os Anglo-saxônicos em particular) dos outros, mas era só uma questão de tempos para que fossem rompidos estes limites. A constatação mais traumática para os europeus foi a existência da música africana. Descartada como coisa exótica, do reino animal (quase como os sons dos animais), a música africana conseguiu coexistir durante quase dois séculos muito próximo da música européia, antes de fazer a incursão na sociedade branca americana. Durante o século 19 vários elementos da música africana começaram a se infiltrar na música folclórica branca. (Este foi um fenômeno tipicamente americano). Novamente, ritmo foi o fator fundamental de discriminação. O Ritmo não era uma invenção africana, mas certamente a "poli-ritmia" africana eram muitíssimos diferentes dos ritmos lineares de música folclórica européia. Os efeitos da música africana na música branca foram pouco sentidos no inicio, mas ela viria a e tornar o principal combustível do que estava por ocorrer na musica norte-americana. Na realidade, a música folclórica européia tinha tido poucas mudanças por muitos séculos, mas ela ia mudar uma vez que a música afro-americana ajudou a influenciar isto. O status da música clássica européia permaneceu inalterado, pois firmemente recusaram a aceitar a música africana (ainda considerada uma expressão animal e inferior) e toda a sua descendência mulata.

A MUSICA NEGRA

NEGRO SPIRITUALS - UM CANTO DE LIBERDADE
A musica sempre esteve presente nas aspirações e lutas por liberdade dos negros desde que nas Américas, aportaram trazidos como escravos. Deles foi roubado, sua língua, família, e grande parte de sua cultura; ainda assim seus opressores não puderam remover a sua música, que era a expressão da alma deste povo. Ano após ano esses escravos e seus descendentes aceitaram o cristianismo que era a religião de seus senhores. A Musica era parte integrante do dia a dia do africano e era usada nos trabalhos, nas caçadas, nas festas, enfim toda a atividade era pontuada com musica. O poder desta musica da Diáspora aparece como elemento condutor da grande herança ancestral e cultural da Mãe África. Por onde passou esta musica influenciou e deu novas formas às que já existia, quer seja na América do sul especialmente o Brasil, na América central e na América do Norte especialmente os Estados unidos, onde pela forte cultura de massa essa influencia se espalhou por todo mundo, Na forma primeiramente do Negro Spirituals e dos demais estilos dele derivados, como o Blues, Ragtime, Jazz, Gospel ... chegando até nossos dias com muito do que se ouve na mídia. Por ser transmitida oralmente muito do que se produziu da musica negra da Diáspora foi perdido ou modificado pelo tempo, mas sua essência se manteve e serviu de fonte inspiradora a muitos compositores como Lorenzo Fernandez, Villa Lobos, Brasílio Itiberê II, Ernani Braga, Hekel Tavares, Stephen Foster, Louis Moreau Gottschalk (que compôs uma variação sobre o Hino Nacional Brasileiro) , Harry Burleigh, Samuel Coloridge Taylor, George Gershwin, Scot Joplin, Rosamond Johnson Jerome Kern, Hall Johnson e outros, que com seus conhecimentos formais nos possibilitaram ter contato com este rico legado musical. Eu conceituaria o Spiritual em sua tradução mais simples: como o verdadeiro Espírito de um povo. O Musicólogo M. Kolinsky fez um estudo comparativo de Negro spirituals e Canções Nativas da África Ocidental, e muitos eram idênticos, ou intimamente aparentados em estrutura tonal (escala e modo). Um Spiritual que ficou mundialmente conhecido no arranjo de Bob Dylan (many Thousands Go) , No More Auction Block For Me, segundo Kolinsky é claramente idêntico a uma canção do povo Achanti (Gana). Do contato com as histórias bíblicas nasceu o Negro Spiritual ou Plantations Songs, um poderoso gênero que se tornou um dos elementos mais significativos da música americana. Nestas melodias simples eles expressaram o modo como eram tratados; suas labutas, suas dores, a brutalidade e a opressão a que eram submetidos, mas também expressava a sua fé, esperança e alegria. Eles estavam proibidos de falar ou de fazer instrumentos musicais como o tambor que usavam freqüentemente na África para se comunicarem, mas lhes era permitido cantar o que quer que sentissem. Este cantar, transformou-se numa valioso instrumento de expressão e numa forma de atenuar a cruel e brutal vida de escravo. Utilizaram então os shouts (dança sagrada), os "hollers"(gritos) - que era um grito musical longo, subindo e descendo e atingindo o falsete-, que evoluíram para o Spiritual e para as Works Songs. Usavam também as canções como códigos para se comunicarem, particularmente quando se planejava fugas ou reuniões secretas. As primeiras informações sobre o uso destes códigos foram encontradas na autobiografia do abolicionista Frederick Douglas e posteriormente obtidas com depoimentos de ex-escravos.O Spiritual era criação expontânea e sem acompanhamento de instrumentos, e recebiam adornos de modo melhor servir aos cantores. Tem-se registro de aproximadamente 600 dessas canções , entretanto, a tradição oral na transmissão e a proibição aos escravos educados a lerem ou escreverem significou que muitos se perderam. Com o término da guerra civil americana em 1865 e a chegada da libertação,a maioria dos antigos escravos, procurou se manter longe da música do tempo de seu cativeiro. Com a criação do Coral Fisk Singers Jubilee da recém fundada universidade de Fisk de Nashville, Tennessee que iniciou uma turnê para levantar fundos para a escola e levaram o "Spiritual" a lugares dos Estados Unidos, que nunca tinham ouvido canções populares negras. Mas o Coral se apresentou também para a realeza durante suas excursões à Europa em 1870 e posteriormente em varias partes do mundo sempre com grande êxito.O sucesso do Fisk Singers Jubilee, incentivou outras faculdades negras a formarem grupos de cantores. Muitos historiadores musicais afirmam que o reconhecimento internacional do Negro spiritual veio com o mestre Tcheco Antonin Dvorák que habilmente colheu e usou o tema em sua Sinfonia do Novo Mundo. Dvorack que foi Diretor do Conservatório de Nova Iorque travou conhecimento com este gênero musical, com seu aluno Harry Burleigh, que cantava e tocava estas velhas melodias para ele. Burleigh que era cantor e compositor publicou em 1917 uma coletânea chamada "Deep River" que é considerada como sendo o primeiro trabalho desse tipo a ser escrito especificamente para ser interpretado por cantor que tivesse a sua voz treinada.Outro grande nome a descobrir o spiritual foi Samuel Coleridge Taylor (1875-1912) um renomado musico Afro-britanico que em 1904 por sugestão do editor da Musicians' Library , transcreveu dezesseis negro spirituals para o piano. Frederick Loudin um dos membros do jubilee singers foi quem primeiro mostrou a Samuel essa música popular do negra. Até esta época, o spiritual era considerado essencialmente para se cantar em grupo. Não havia nenhuma versão publicada para cantores solistas com acompanhamento de piano.As coletâneas de Spirituals tornaram-se muito populares com apresentações em concertos e gravações, feitas tanto por cantores negros como por brancos. E logo se tornou comum encerrar os recitais com uma seleção de espiritual. Músicos como Roland Hayes e Marian Anderson tinham estas canções em seus repertórios.À Paul Robeson porém, é creditado como sendo o primeiro cantor a dar um recital solo tendo no repertório somente "Negro Spirituals" e "Worksongs" em 1925, no Greenwich Village Theatre em Nova York.Estão entre grandes compositores e arranjadores Edward Boatner, Hall Johnson, Nathaniel Dett, Albert Tindley, Rosamond Johnson, William Dawson, Andrew Dorsey, Lawrence Brown, John Work III.Por vários anos foram publicadas numerosas coletâneas de "Negro Spiritual" especificamente para serem apresentados em concertos e grandes cantores de ópera como Leontyne Price, Grace Bumbry, Jessye Norman, Kathleen Battle, Barbara Hendricks, Simon Estes e outros, fizeram e fazem gravações e recitais com grande sucesso.Posteriormente o Spiritual deu origem a outros estilos da musica americana, incluindo o Blues, o Jazz ,Gospel, além de influenciar seguidas gerações de músicos em todo mundo, teve papel importante durante a luta pelos direitos civis nos anos 1950 e 60. Se apresentado em concertos, nas congregações, ou apenas ao cantar para si mesmo, o "Spiritual" deve ser cantado com a compreensão da força que inspirou essas poderosas canções, que as eleva acima das almas das mulheres e dos homens que as criaram. Os criadores dessas "folksongs" são desconhecidos e há muito tempo não estão mais entre nós, mas o desejo por liberdade e a sua fé continuam a encher os corações cada vez que se canta ou se ouve estas canções .

A MUSICA NEGRA

O comércio de escravos no Atlântico, começou com os portugueses no século 16 e foi transformado em máquina de crescimento Norte americano pelos britânicos no século 18, que deixou embaraçoso legado de um milhão de escravos aos nascidos nos E.U.A. Números que até a guerra civil aumentou para mais de quatro milhões. A população africana colocou um dilema moral aos religiosos colonos europeus: como transformar os pagãos africanos em bons cristãos. Os missionários que assumiram aquela tarefa crucial foram os primeiros brancos a perceber o grande talento musical da raça negra. De onde eles vinham, a música era um fenômeno social que acompanhava toda atividade. O mesmo ocorria com a música folclórica branca, mas este tipo de música sobrevivia principalmente nas comunidades rurais pobres. Os donos de plantação, brancos ricos que tinham optado por sufocar os estilos musicais de seus antepassados europeus (música como evento formal), repudiavam a música como forma descritiva do dia-a-dia . Os africanos nas plantações mantiveram suas tradições. E os missionários acharam conveniente adaptar a liturgia Cristã à mente musical dos africanos. Tornou normal nas congregações negras acompanharem cerimônias sagradas com música que tinha sido importada da África. Esta musica "espiritual " ou "spiritual" foi o primeiro exemplo de música africana adaptado ao ambiente social do Novo Mundo (neste caso, a igreja, algo que não existiu na África, e as letras bíblicas ). não foi difícil para o negro escravo se identificar com o martírio de Jesus, e que coletivamente se identificassem com a historia dos Judeus . Outros tipos de expressão musical, principalmente canções de trabalho( hollers e archoolies) e dança de festa, eram mais próximas das originarias da África, porque as mesmas atividades (trabalho e festa) já existia na África. Go Down Moses é um exemplo de canção para jubileus, ou festas nas plantações. Hollers " e " archoolies " (nas plantações de trigo e algodão) desenvolveram canções que eram sincronizadas com seu ritmo de trabalho. Todos os três tipos de música (religiosa, trabalho e festa) compartilhavam as mesmas características: eles basicamente hipnotizavam os cantores e os ouvintes. Se extático, triste ou exuberante, a música dos africanos tendeu a ser repetitiva, rítmica e profundamente emotiva. Seu efeito "hipnótico" talvez expressasse resignada aceitação de um destino trágico. se extática (religiosa), pesarosa (trabalho) ou exuberante (festas) era muito mais emocional que música folclórica branca; um fato que talvez explique, seja o de que os brancos visualizassem um futuro menos trágico. Esta emoção conduziu a improvisação individual em cima de temas coletivos. As combinações dos efeitos hipnóticos e emocionais criaram estruturas livres de canto que puderam se estender por períodos indefinidos de tempo, numa alternância virtualmente infinita de repetição e improvisação. Mais três aspectos da música negra foram inovadores para os padrões da música branca. O ritmo geralmente era sincopado, e (no princípio) só se usava bater palmas. O cantor empregava uma larga gama de efeitos vocais e notas que se ligavam de modos acrobáticos, numa liberdade desconhecida na harmonia ocidental. O equivalente negro ao contraponto era principalmente o formato,"chamada e resposta": um líder entoava uma melodia e o coro repetia em um registro diferente, e às vezes até num tempo diferente, e muitas vezes dobrando ligeiramente a melodia. O papel da improvisação na música negra era claramente contrastado com a precisão da harmonia e com a progressão a progressão linear da música ocidental. Originalmente, a música afro-americana era puramente vocal. Porem muitos negros nas plantações foram violinistas qualificados, mas este era um trabalho que executavam principalmente nas festas para seus patrões dançarem e não para sua comunidade. A herança afro-americana foi principalmente preservada no Sul. Os negros que foram levados para o norte se integraram melhor à sociedade branca do século XIX. Por exemplo, o primeiro teatro negro (African Grove ao lado de Bleecker e Mercer, no Greenwich Village, que era até então um pouco afastado de Nova York) tinha sido aberto em 1821. Francis Johnson foi um respeitado compositor de música para orquestra na Filadélfia (ele executou o primeiro a ` la Musard " no E.U.A. em 1838). Elizabeth Greenfield, também na Filadélfia, se tornou uma respeitada vocalista de concerto em 1851. Enquanto no sul, os negros impedidos de se integrarem na sociedade branca, mantinha suas tradições africanas. Teoricamente, a guerra civil que terminou em 1863 e libertou os escravos (a escravidão foi abolida oficialmente em 1865) e em 1867 foi publicada a primeira coleção de Canções dos Escravos dos Estados Unidos (Slave Songs). Na pratica pouco se fez para melhorar a vida dos negros: mesmo trabalho, mesma discriminação. Até mesmo para os negros que deixaram os estados do sul, as cidades do Norte prometeram liberdade, mas deu a elas um tipo diferente de escravidão. Por outro lado, o fim de escravidão significou, até certo ponto, a dissolução de dois pontos tradicionais de reunião para a comunidade africana: a plantação e a igreja. A música permaneceu como o principal meio para ele se desabafar (expressar), mas o fim da escravidão trouxe a tona o indivíduo: em vez de ser definido como um grupo (os crentes ou os trabalhadores), o cantor negro estava agora livre e podia se expressar como indivíduo. Suas palavras e seu humor ainda refletiram as condições das pessoas, mas os cantores tinham um novo toque nesta condição, a visão de um homem que finalmente pode viajar, e não era mais prisioneiro dentro de sua comunidade,ainda que às vezes, mais solitário. As canções do negro eram tiradas de seu dia-a-dia (estrada, trem, prisão, taverna, sexo), era freqüentemente uma vida itinerante, ao invés do dia-a-dia em uma comunidade (plantação, igreja). Cantores solistas precisaram de instrumentos. O banjo, um instrumento africano (banhjour"), veio nos navios. Foram adotados dos brancos o violão e a gaita. Eventualmente, o violão veio ser a segunda "voz" do bluesman. Em vez de se dirigir às pessoas em uma igreja ou numa plantação, e interagir com eles, o cantor negro agora interagia com o seu violão. O blues se tornou um diálogo entre o homem e seu violão. O cantor itinerante afro-americano no tempo da Reconstrução, armado com seu violão, adaptou as canções dos hollers aos formatos narrativos das baladas britânicas (por exemplo, John Henry). Embora tivessem tons semelhantes, a diferença entre a música folclórica negra e branca era profunda. Ambas eram realistas, a música folclórica branca criou seus "épicos" de situações corriqueiras ; enquanto o blues era quase brutal em sua representação da vida real. O panorama do blues era o de prisões (Midnight Special) e as estradas poeirentas. Amor era simplesmente sexo, não uma emoção romântica. Morte era um fato da vida, não um passo para vida eterna. Por outro lado, a qualidade existencial das músicas era mais forte no blues. Primeiramente, o blues era um estado da alma. E seu materialismo desenfreado não era a glorificação do ego mas, a sua auto-piedade. O blues era, fundamentalmente o senso de um destino inevitável (individual e coletivo) A quinta-essência do blues era dor, mas sua arte consistia, falando em termos gerais, numa ligação entre a tragédia e a comedia. Originalmente a música negra era somente voltada para os negros, e não só foi ignorada mas, freqüentemente foi menosprezada pela comunidade branca. O movimento demográfico oriundo do Boom econômico que seguiu a Reconstrução após a guerra civil ajudou a exportar músicos negros e sua música para cidades brancas, e começou pondo abaixo algumas barreiras culturais que existia entre as duas comunidades. Sem dúvida, os elementos soaram como ultrajante aos ouvidos dos brancos, suas letras eram obscenas e os movimentos eram indecentes. Sexo era o tema dominante nas baladas negras, e era sempre explicitada nas letras. Os cantores negros gostavam de gabar de seus desempenhos sexuais. Esta não era tanto uma tradição africana, mas uma tradição das plantações, e os proprietários de escravo encorajavam relacionamento sexuais entre escravos,sendo assim os negros vieram para um ambiente onde a promiscuidade era mais que tolerada. Outro elemento tido como "indecente" eram as cerimônias Cristãs que eram vistas mais como cerimônias pagãs em qual cantavam alto e e de modo inebriante, misturando com dança histérica e uivos orgásticos. As igrejas negras encorajavam esta demonstração de fervor pela linguagem corporal, enquanto os brancos viam nisso um claro sinal que os negros não eram seres civilizados. Como música o Blues foi ouvido e "consumido" pelos brancos, que dele percebeu o melhor significado. Eles também de certo modo tinham alguma coisa para esconder (por exemplo, o sexual), e isso não era compatível com os valores da sociedade branca. Assim os bluesmen desenvolveram um duplo sentido, para evitar temas que os brancos evitavam. O Blues ficou mais alegórico e metafórico. (Bollweavil Blues, Stewball, Uncle Rabbitt, The Grey Goose). Como guetos surgiam em todas as grandes cidades, os tópicos do blues foi adaptado à paisagem urbana, e começou assim a descrever vida no gueto. Mas nunca foi pretensão do Blues refletir o ritmo da vida urbana. De fato, o gueto permaneceu sem voz até os anos setenta, quando nasceu o RAP. O primeiro encontro de musica negra foi o "Medicine Show" um espetáculo itinerante de variedade. Os "Doutores" usavam músicos , atores e dançarinos negros e viajavam por varias cidades. Fixaram em Memphis em 1907 sendo o primeiro teatro permanente para os "Medicine Shows". Isto contribuiu para formação do TOBA ("Theater Owners Booking Association") em 1920, que logo se tornou uma rede teatros que especializava em espetáculos negros. Esses músicos eram abusados e mal pagos por seus empregadores, entanto foram os primeiros artistas profissionais negros. Os Minstrel Shows, embora usassem artistas brancos, após a Guerra civil começou a contratar também cantores negros, e posteriormente só negros. Em 1890 o empresário branco John Isham organizou a Jack's Creole Burlesque Company" a primeira companhia itinerante negra (basicamente, um espetáculo minstrels melhor organizado). Uma companhia que se apresentou até na Europa em 1897. Estas companhias mantinham o formato de espetáculo dos Minstrels (abertura satírica, um ato especial e final), mas era, de todo modo um show de variedades, com apresentação de coros e orquestras. O Nascimento de uma Nação Negra O tumulto causado pela música refletiu no aparecimento de intelectuais negros que desafiaram os estereótipos criados pela cultura branca. Ao término da guerra civil, o maior problema enfrentado pelo E.U.A. era como lidar com os milhões de negros sem educação e sem qualificação que ainda eram dependentes dos brancos para se sustentarem. Em 1867 o abolicionista branco Clinton-Bowen Fisk de Nashville-Tennessee, fundou a Universidade de Fisk com o objetivo de educar os antigos escravos e seus filhos. Depois da morte de Frederick Douglass, o maior personagem negro da era abolicionista, Booker-Taliaferro Washington, filho de um escravo da Virgínia, se tornou o principal intelectual negro da era da Reconstrução. Ele acreditava que a educação daria aos negros uma chance na sociedade americana. Num discurso em 1895 ele conclamou os negros aceitarem a segregação e investir no futuro, de forma que algum dia os negros seriam iguais aos brancos. Mas uma década depois veio William-Edward-Burghardt DuBois que em vez disso organizou o" Niagara Moviment" em 1905, com o objetivo explicito de lutar contra a segregação. Quando, em 1909, vários ativistas negros e brancos fundaram a " Associação Nacional para o progresso dos negros (NAACP - "National Association for the Advancement of Colored People"). Du Bois se tornou um de seus líderes. Os problemas enfrentados pela comunidade negra naqueles dias era basicamente: Comunidades brancas estavam expulsando e linchando centenas de negros (o pico foi 1892, quando oficialmente mais de 200 negros foram linchados em um ano). Em 1916 o jamaicano Marcus Garvey que foi para Nova York, ao contrário dos antecessores, ele acreditava e pregava que civilização negra era superior a civilização branca, e que os negros deveriam voltar para África. Graças aos esforços de décadas de educação dos negros, os anos vinte testemunhou o Renascimento do Harlem "Harlem Renaissance" conduzido por negros como poeta Langston Hughes e pelo musico e compositor Harry Burleigh. A música era mais um setor em que a cultura negra estava sendo aceita durante os anos vinte. A gravação comercial da música negra foi conseqüência direta do " Renascimento Negro" (Black Renaissance). Percebeu-se que os negros estavam se tornando um negócio lucrativo, (Scott Joplin no Ragtime, William Handy no Blues, Eubie Blake no Pop, Louis Armstrong no Jazz), mesmos assim as gravadoras ainda relutavam a gravar os artista negros, o compositor negro de Atlanta, Harry Pace (ex socio de William Handy) abriu em 1921 no Harlem sua própria gravadora a "Pace Phonograph Company" (posteriormente "Black Swan Records") que tinha como empregando o jovem Fletcher Henderson pianista do estúdio. O sucesso de Pace foi tal que gravadores como Okeh e Columbia começaram a competir ferozmente para gravar os artistas negros e em 1924 a Paramount comprou a "Black Swan Records". A breve aventura da Black Swan legitimou e abriu as portas da musica negra para todo pais . O desenvolvimento urbano da música negra carregava muitos pecados das cidades do sul: Nova Orleans, Kansas City e Memphis. Suas tabernas, seu clubes, bordéis, carregadores de barcos, receberam incontáveis músicos negros que migravam da zona rural. Nova Orleans, na foz do rio Mississippi, velha cidade francesa que tinha exibido uma opulência amoral antes da guerra civil, era um caldeirão sem igual no sul onde se encontavam negros, criolos, americanos nativos, mexicanos, Caribenhos, e descendentes de europeus. Seu porto era uma infinita fonte de trocas culturais com o resto do mundo. Seu carnaval "Mardi Gras" era uma celebração musical híbrida que misturavam os negros, franceses e as tradições nativas em suas paradas coloridas e as bandas marchando. Nova Orleans, era uma cidade comercial, e era mais tolerante com os negros que as outras cidades sulinas. Este era o melhor lugar para um músico negro se estabelecer do que a maioria das cidades do sul. Em 1897 o governo puritano da cidade criou "Storyville" – apelidado de distrito da luz-vermelha, que rapidamente se transformou uma cidade dentro da própria cidade. Considerando que a maioria dos estabelecimentos tinha um músico para entreter os clientes, "Storyville" se tornou o maior empregador de músicos negros fora da Broadway. Quando "Storyville" foi fechado em 1917, músicos negros se espalharam pelo país , levando com eles um pouco do som de Nova Orleans. Um das bandas a Original Creole Band, exportou um novo tipo de música que veio a ser chamado de "Jazz". Durante o reinado de Tom Pendergast (que durou 1939, quando ele foi condenado por sonegação de imposto) floresceram clubes clandestinos e os músicos negros eram a coluna vertebral desta máquina de entretenimento. Memphis, era um importante porto no mississipi e uma importante ferrovia construída pela rica industria do algodão entre Nova York e Chicago, que ligava o Sul rural e o Norte industrial. Memphis era primeiro passo dos negros que saiam das plantações e tencionavam migrar para o norte. Muitos deles acabavam jogando ou cantando na Beale Street, o centro da vida noturna. Quando o Nylon substituiu o algodão, Memphis decaiu, os negros se juntaram à massa de imigrantes que iam em direção a Chicago, a principal parada mais próxima. * Referencias - Piero Scaruffi - Wittgenstein

NEGRO SPIRITUALS - UM CANTO DE LIBERDADE


A musica sempre esteve presente nas aspirações e lutas por liberdade dos negros desde que nas Américas, aportaram trazidos como escravos. Deles foi roubado, sua língua, família, e grande parte de sua cultura; ainda assim seus opressores não puderam remover a sua música, que era a expressão da alma deste povo. Ano após ano esses escravos e seus descendentes aceitaram o cristianismo que era a religião de seus senhores. A Musica era parte integrante do dia a dia do africano e era usada nos trabalhos, nas caçadas, nas festas, enfim toda a atividade era pontuada com musica. O poder desta musica da Diáspora aparece como elemento condutor da grande herança ancestral e cultural da Mãe África. Por onde passou esta musica influenciou e deu novas formas às que já existia, quer seja na América do sul especialmente o Brasil, na América central e na América do Norte especialmente os Estados unidos, onde pela forte cultura de massa essa influencia se espalhou por todo mundo, Na forma primeiramente do Negro Spirituals e dos demais estilos dele derivados, como o Blues, Ragtime, Jazz, Gospel ... chegando até nossos dias com muito do que se ouve na mídia. Por ser transmitida oralmente muito do que se produziu da musica negra da Diáspora foi perdido ou modificado pelo tempo, mas sua essência se manteve e serviu de fonte inspiradora a muitos compositores como Lorenzo Fernandez, Villa Lobos, Brasílio Itiberê II, Ernani Braga, Hekel Tavares, Stephen Foster, Louis Moreau Gottschalk (que compôs uma variação sobre o Hino Nacional Brasileiro) , Harry Burleigh, Samuel Coloridge Taylor, George Gershwin, Scot Joplin, Rosamond Johnson Jerome Kern, Hall Johnson e outros, que com seus conhecimentos formais nos possibilitaram ter contato com este rico legado musical. Eu conceituaria o Spiritual em sua tradução mais simples: como o verdadeiro Espírito de um povo. O Musicólogo M. Kolinsky fez um estudo comparativo de Negro spirituals e Canções Nativas da África Ocidental, e muitos eram idênticos, ou intimamente aparentados em estrutura tonal (escala e modo). Um Spiritual que ficou mundialmente conhecido no arranjo de Bob Dylan (many Thousands Go) , No More Auction Block For Me, segundo Kolinsky é claramente idêntico a uma canção do povo Achanti (Gana). Do contato com as histórias bíblicas nasceu o Negro Spiritual ou Plantations Songs, um poderoso gênero que se tornou um dos elementos mais significativos da música americana. Nestas melodias simples eles expressaram o modo como eram tratados; suas labutas, suas dores, a brutalidade e a opressão a que eram submetidos, mas também expressava a sua fé, esperança e alegria. Eles estavam proibidos de falar ou de fazer instrumentos musicais como o tambor que usavam freqüentemente na África para se comunicarem, mas lhes era permitido cantar o que quer que sentissem. Este cantar, transformou-se numa valioso instrumento de expressão e numa forma de atenuar a cruel e brutal vida de escravo. Utilizaram então os shouts (dança sagrada), os "hollers"(gritos) - que era um grito musical longo, subindo e descendo e atingindo o falsete-, que evoluíram para o Spiritual e para as Works Songs. Usavam também as canções como códigos para se comunicarem, particularmente quando se planejava fugas ou reuniões secretas. As primeiras informações sobre o uso destes códigos foram encontradas na autobiografia do abolicionista Frederick Douglas e posteriormente obtidas com depoimentos de ex-escravos.O Spiritual era criação expontânea e sem acompanhamento de instrumentos, e recebiam adornos de modo melhor servir aos cantores. Tem-se registro de aproximadamente 600 dessas canções , entretanto, a tradição oral na transmissão e a proibição aos escravos educados a lerem ou escreverem significou que muitos se perderam. Com o término da guerra civil americana em 1865 e a chegada da libertação,a maioria dos antigos escravos, procurou se manter longe da música do tempo de seu cativeiro. Com a criação do Coral Fisk Singers Jubilee da recém fundada universidade de Fisk de Nashville, Tennessee que iniciou uma turnê para levantar fundos para a escola e levaram o "Spiritual" a lugares dos Estados Unidos, que nunca tinham ouvido canções populares negras. Mas o Coral se apresentou também para a realeza durante suas excursões à Europa em 1870 e posteriormente em varias partes do mundo sempre com grande êxito.O sucesso do Fisk Singers Jubilee, incentivou outras faculdades negras a formarem grupos de cantores. Muitos historiadores musicais afirmam que o reconhecimento internacional do Negro spiritual veio com o mestre Tcheco Antonin Dvorák que habilmente colheu e usou o tema em sua Sinfonia do Novo Mundo. Dvorack que foi Diretor do Conservatório de Nova Iorque travou conhecimento com este gênero musical, com seu aluno Harry Burleigh, que cantava e tocava estas velhas melodias para ele. Burleigh que era cantor e compositor publicou em 1917 uma coletânea chamada "Deep River" que é considerada como sendo o primeiro trabalho desse tipo a ser escrito especificamente para ser interpretado por cantor que tivesse a sua voz treinada.Outro grande nome a descobrir o spiritual foi Samuel Coleridge Taylor (1875-1912) um renomado musico Afro-britanico que em 1904 por sugestão do editor da Musicians' Library , transcreveu dezesseis negro spirituals para o piano. Frederick Loudin um dos membros do jubilee singers foi quem primeiro mostrou a Samuel essa música popular do negra. Até esta época, o spiritual era considerado essencialmente para se cantar em grupo. Não havia nenhuma versão publicada para cantores solistas com acompanhamento de piano.As coletâneas de Spirituals tornaram-se muito populares com apresentações em concertos e gravações, feitas tanto por cantores negros como por brancos. E logo se tornou comum encerrar os recitais com uma seleção de espiritual. Músicos como Roland Hayes e Marian Anderson tinham estas canções em seus repertórios.À Paul Robeson porém, é creditado como sendo o primeiro cantor a dar um recital solo tendo no repertório somente "Negro Spirituals" e "Worksongs" em 1925, no Greenwich Village Theatre em Nova York.Estão entre grandes compositores e arranjadores Edward Boatner, Hall Johnson, Nathaniel Dett, Albert Tindley, Rosamond Johnson, William Dawson, Andrew Dorsey, Lawrence Brown, John Work III.Por vários anos foram publicadas numerosas coletâneas de "Negro Spiritual" especificamente para serem apresentados em concertos e grandes cantores de ópera como Leontyne Price, Grace Bumbry, Jessye Norman, Kathleen Battle, Barbara Hendricks, Simon Estes e outros, fizeram e fazem gravações e recitais com grande sucesso.Posteriormente o Spiritual deu origem a outros estilos da musica americana, incluindo o Blues, o Jazz ,Gospel, além de influenciar seguidas gerações de músicos em todo mundo, teve papel importante durante a luta pelos direitos civis nos anos 1950 e 60. Se apresentado em concertos, nas congregações, ou apenas ao cantar para si mesmo, o "Spiritual" deve ser cantado com a compreensão da força que inspirou essas poderosas canções, que as eleva acima das almas das mulheres e dos homens que as criaram. Os criadores dessas "folksongs" são desconhecidos e há muito tempo não estão mais entre nós, mas o desejo por liberdade e a sua fé continuam a encher os corações cada vez que se canta ou se ouve estas canções .