domingo, 25 de maio de 2008
INTELIGENCIA, E LINGUAGEM MUSICAL
Inteligência, linguagem, e Linguagem Musical . A música africana na evolução da música ocidental . Do que não se pode falar, deve-se calar" Tractatus Logico-Philosophicus Wittgenstein, filósofo da linguagem. A escrita permitiu que tivéssemos contato com Aristóteles, Platão, Sócrates (pelas narrativas de Platão), Heródoto, Sófocles ... a Escrita Musical nos permitiu o contato com Monteverdi, Mozart,Beethoven, Haydn, Brahms , Dvorack, Com Nnegro Spirituals atraves de Burleigh, Rosamond Johnson, Lawrence Brown Roland Hayes ... que nos permitem uma incursão pelos tesouros produzidos pela humanidade. Não sabemos ao certo quando apareceu a linguagem, mas estudos antropológicos nos permitem indagações a partir da evolução do homem.Por que o homo erectus e o Neanderthal se extinguiram, dando lugar a supremacia do Homo sapiens? A hipótese mais aceita pelos cientistas é de que foi através de guerras. Dados Cientificamente comprovados indicam que o Homem de Neanderthal possuía um volume craniano de 1450 cm3 enquanto um Homo sapiens um volume de 1300 cm3, sendo possivelmente o Homem de Neanderthal mais inteligente. Sendo assim o que levou sua extinção pelo homo sapiens? A mesma ciência nos diz que o tamanho do cérebro não quer dizer necessariamente uma maior inteligência grupal. É Possível que o Homem de Neanderthal tenha tido uma maior inteligência individual, porém estudos sobre a sua mandíbula demonstraram que sua língua não tinha grande mobilidade, como a do homo sapiens. Daí cria-se a hipótese que o Neanderthal não tinha uma comunicação sofisticada entre os indivíduos. Ou seja ele pensava, mas tinha grande dificuldade de transmitir seus pensamentos aos outros de sua espécie. Isso dificultava a organização militar e a evolução cultural. Com o passar do tempo o Homo sapiens apesar de mais fraco fisicamente mas, com uma linguagem mais sofisticada, ultrapassou-o na organização de grupos, na criação de armas e na arte de guerrear. Com isso o Neanderthal foi perdendo guerras até ser extinto. O antropólogo Richard Leakey e seus pais Louis e Mary Leakey também antropólogos, trabalharam por muitos anos nas planícies aluviais da África, atrás dos primeiros vestígios humanos, escreveu no livro Origens, que "a linguagem falada é, provavelmente, o último passo e, com toda a certeza, o mais importante, na evolução do cérebro humano". A Antropologia nos diz que a linguagem, a fabricação de ferramentas e a organização social integram um complexo evolutivo que deve ter moldado as formas especiais ao cérebro humano. Uma das razões para se pensar assim, na interpretação de Leakey, é que "a capacidade de comunicar-se verbalmente eleva as possibilidades de educação infantil a novos e férteis níveis, e é incomparável como veículo para o desenvolvimento e transmissão da cultura". Ainda que a linguagem seja um elemento essencial na evolução do homem, e certamente a conseqüência do pensar, por sua natureza exclusivamente simbólica, está ausente dos registros paleontológicos e arqueológicos e nem se permite que dela se obtenha um registro fossilizado. Ao menos até 5 mil anos, quando, no que hoje é território do Iraque, agricultores bem sucedidos inventaram a escrita, esta codificação em barro da linguagem oral, separou a história da pré-história. Sem a linguagem, a sua sustentação simbólica escrita não teria razão de existir. E não só a escrita, certamente não teríamos como conservar nem mesmo o primeiro fogo que um homem desconhecido, numa data ignorada, roubou de um incêndio natural. A natureza da linguagem, não permite que se obtenha dela um registro fossilizado mas, ela dominou a cena neste longo, e muitas vezes desconhecido caminho percorrido pelo Homem. A música africana na evolução da música ocidental Como as primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios, talvez nunca saibamos de fato como foi o seu desenvolvimento a milhares de anos atrás, mas é possível que a música tenha surgido como meio para coordenar e sincronizar os movimentos humanos, como por exemplo caçar ou cultivar. Até mesmo hoje, é natural usar uma canção rítmica para acompanhar as atividades de um grupo de pessoas, seja no caminhar, marchar ou no transporte de objetos pesados. Presumivelmente, grandes cantores tenham tido importante status social tal qual os shamãs ou os grandes caçadores. Posteriormente é possível que neste cenário tenha surgido não apenas os instrumentos de percussão mas, outros tipos de instrumentos para acompanhar o canto. Em algum momento da historia foi criada a "música solo" para se admirar e apreciar os melhores cantores e instrumentistas. É possível, que essas performances inicialmente fossem destinadas principalmente à aristocracia e fosse puramente musical. Com o desenrolar da historia houve a fusão da música e da poesia usada para entreter a aristocracia (e mais tarde o povo) com histórias que elas estavam familiarizadas. Durante a Idade Clássica no teatro grego, estas histórias se tornaram mais abstratas e metafóricas, e a música se tornou menos direta. Com o advento do Cristianismo a musica ganhou novo propósito , o de cantar louvores a Deus e o de conclamar para a oração. A música, basicamente, se tornou um veículo de mensagem não só de uma história, mas sim de um sistema ideológico inteiro . Em algum ponto da historia pessoas comuns começaram a criar canções para seu próprio consumo ou "Folksongs". Estas canções não eram sobre heróis ou Deuses, mas sobre as alegrias e tristezas do dia a dia da vida rural. A música para a aristocracia ficou mais sofisticada, seja porque pudessem comprar os melhores instrumentos do mercado, seja porque pudessem contratar os melhores cantores e instrumentistas do reino. E esta musica veio a ser chamada de "música clássica". Com a invenção da polifonia, reduziu-se grandemente a ênfase do ritmo que veio ser considerado como bastante primitivo e elemento de plebeus. Pelo contrário, a música folclórica confiou pesadamente no ritmo usado para cantar e dançar. De certo modo,o ritmo se tornou principal fator de discriminação entre o clássico e a música folclórica. Esta era a situação da música européia (clássica e popular") quando da chegada à América. Neste caldeirão que existia na América, os europeus foram forçados pela primeira vez a admitir que havia muitos tipos diferentes de música folclórica. Enquanto o instinto racial era o de separar, os europeus ocidentais (os Anglo-saxônicos em particular) dos outros, mas era só uma questão de tempos para que fossem rompidos estes limites. A constatação mais traumática para os europeus foi a existência da música africana. Descartada como coisa exótica, do reino animal (quase como os sons dos animais), a música africana conseguiu coexistir durante quase dois séculos muito próximo da música européia, antes de fazer a incursão na sociedade branca americana. Durante o século 19 vários elementos da música africana começaram a se infiltrar na música folclórica branca. (Este foi um fenômeno tipicamente americano). Novamente, ritmo foi o fator fundamental de discriminação. O Ritmo não era uma invenção africana, mas certamente a "poli-ritmia" africana eram muitíssimos diferentes dos ritmos lineares de música folclórica européia. Os efeitos da música africana na música branca foram pouco sentidos no inicio, mas ela viria a e tornar o principal combustível do que estava por ocorrer na musica norte-americana. Na realidade, a música folclórica européia tinha tido poucas mudanças por muitos séculos, mas ela ia mudar uma vez que a música afro-americana ajudou a influenciar isto. O status da música clássica européia permaneceu inalterado, pois firmemente recusaram a aceitar a música africana (ainda considerada uma expressão animal e inferior) e toda a sua descendência mulata.
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